terça-feira, 30 de agosto de 2011

Médicos descartam nova cirurgia, mas estado de Gomes ainda é grave

Técnico, que segue internado em CTI, também não tem risco de aneurisma ou má formação. Risco de morte, no entanto, não está descartado

Por Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
Fabio Miranda (barbudo), Ricardo Periardi (do meio), José Antônio Guasti médicos hospital pasteur ricardo gomes (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com) 
Fabio Miranda, Ricardo Periardi e José Guasti
explicam quadro de Ricardo Gomes
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
A manhã desta terça-feira foi de boas notícias. A dupla de médicos que acompanha Ricardo Gomes, o clínico Fábio Guimarães de Miranda e o neurocirurgião e responsável pela cirurgia emergencial José Antônio Guasti, explicou o quadro do treinador do Vasco em entrevista coletiva ao lado de Ricardo Periardi, diretor geral do Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Foram descartadas as possibilidades de uma nova cirurgia e de uma doença mais grave, como má formação ou aneurisma (uma dilatação exagerada das paredes da artéria, o vaso sanguíneo que leva sangue rico em oxigênio às extremidades do corpo).
- A angiotomografia cerebral, exame moderno que mostra a circulação cerebral, afastou a possibilidade de má formação que possa ter contribuído para a hemorragia. Isso é muito bom em termos de recuperação. Neste momento podemos afastar a hipótese de realizar uma nova cirurgia, algo que ainda nos preocupava - disse José Antônio Guasti, responsável pela operação na noite de domingo do comandante vascaíno, que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) durante o clássico Flamengo x Vasco.
Segundo o clínico responsável pelo acompanhamento diário do treinador, Fábio Guimarães de Miranda, a evolução é satisfatória. Ele informou que Ricardo Gomes passou muito bem pelo período no qual costumam ocorrer as complicações. No entanto, disse que o estado de Gomes ainda é grave, com risco de morte.
- Ele foi operado há 48 horas, e a evolução é satisfatória. Passamos pela metade do período inicial de 72 horas (de observação), e não há qualquer tipo de alteração. É justamente neste período em  que costumam ocorrer complicações importantes. A monitorização feita no CTI, assim como todas as tomografias realizadas até o momento, não mostra nada de anormal. Os sinais são de boa evolução clínica. O estado ainda é grave, mas hoje foi um dia muito bom - explicou.
É natural a ansiedade, mas o Ricardo tem de passar por etapas difíceis. Cada dia que se passa
sem maiores complicações é
uma vitória. E os indícios até
o momento são positivos"
Ricardo Periardi, diretor-geral do hospital
Assim como nos dias anteriores, o trio de médicos voltou a dizer que é cedo para avaliar possíveis sequelas decorrentes do AVC. Fábio afirmou que a equipe vai avaliar na quarta-feira se começa a suspender os sedativos. Só a partir daí uma previsão mais precisa poderá ser feita. A única certeza é de que ainda não há previsão de alta do CTI ou do hospital.
- Este prazo de 72 horas não é algo matemático. Pode ser para mais ou para menos. Na quarta-feira vamos fazer novas avaliações e começar a discutir as possibilidades. Não temos como avaliar qualquer grau de sequela antes disso. Sobre alta, ainda é cedo para falar. O Ricardo está sendo monitorado por uma série de aparelhos que só podem ser manuseados no CTI. Não podemos dar previsão de alta - disse.
O diretor-geral Ricardo Periardi complementou a informação.
- É natural a ansiedade por parte de todos, mas o Ricardo tem de passar por etapas difíceis. Cada dia que se passa sem maiores complicações é uma vitória. E os indícios até o momento são positivos - explicou.
Ricardo Gomes passou a noite desta terça-feira sem sofrer qualquer tipo de alteração. Ele permanece em coma induzido e respira com o auxílio de aparelhos desde que terminou a cirurgia emergencial realizada para diminuir o hematoma no cérebro e restabelecer a circulação sanguínea.

Entenda o caso

Ricardo Gomes se sentiu mal no clássico entre Flamengo e Vasco, no último domingo, no Engenhão. Foi levado inicialmente para o centro médico do estádio e, em seguida, encaminhado para o Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi submetido a uma cirurgia que durou cerca de três horas e meia.  A hemorragia no cerébro em decorrência do AVC sofrido pelo treinador foi estancada, e a circulação, restabelecida.
No ano passado, quando ainda comandava o São Paulo, Ricardo Gomes teve uma vasculite, considerada um pequeno AVC, e precisou ficar internado após o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. No entanto, o médico do Vasco Clóvis Munhoz assegura que o problema não é relacionado com o enfrentado pelo treinador na outra ocasião.

info AVC / AVE Ricardo Gomes - 5 (Foto: ArteEsporte) 
 
Via: g1

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